O (a) Enfermeiro (a) Diante da Morte

Hoje eu resolvi falar um pouco sobre a postura do (a) enfermeiro (a) diante da morte de um paciente ao qual está sob os seus cuidados.

Lembre-se, em primeiro lugar, que o ser humano é um ser holístico e que deve ser respeitado em todas as suas nuances, inclusive a sua espiritualidade e o provável medo da morte que ele possa alimentar.

A maioria das pessoas teme a morte, é fato!

Somente quem possui a crença na imortalidade da alma, sabendo-se imortal, não a teme nem a desafia ,aceitando-a simplesmente como o cumprimento da última etapa do ciclo vital a fim de adentrar numa outra dimensão, a espiritual, que o aguarda.

Sabendo disto, você enfermeiro (a) que lida com o ser humano, deve se instrumentalizar psicologicamente a fim de saber respeitar toda e qualquer convicçao de quem você cuida.

Além do respeito imediato às crenças que desfilam diante de nós, devemos estar atentos quanto a nossa postura diante daquele que está se ultimando, e DA SUA FAMÍLIA!

Sim!

O paciente possui uma família que deve estar sofrendo com o seu sofrimento e nós não podemos ignorá-la. Temos que nos preparar no âmbito da empatia, a fim de que tenhamos postura e palavras que sejam condizentes com o momento.

Enfermeira que cuida de paciente, principalmente paciente terminal, maquiada como se fosse para uma festa, deveria mudar de profissão. O nosso exterior reflete o nosso mundo íntimo e, se estamos a cuidar de um núcleo familiar que , visivelmente, está enlutado tanto interiormente quanto exteriormente, como se pode ter o despautério de se apresentar pintada, usando perfume forte que usa em festas, com os dentes de fora a sorrir e a perguntar a um e outro: " TUDO BEM"?

" Como pode estar tudo bem para quem está acompanhando o sofrimento de um ente querido que se despede do convívio familiar através do portal da morte? "

Tenho visto muitas coisas ao longo destes muitos anos de exercício profissional e é por isto que escrevo de uma maneira mais simples possível, a fim de que vocês visualizem a cena e vejam se tenho ou não razão.

Outra coisa rídicula, abominável e vergonhosa é quando o paciente morre e o(a) enfermeiro (a) em voz alta, diante dos familiares e até estranhos, fala:

_ Vamos dar licença que precisamos fazer o pacote.

Ora, será que se fosse alguém nosso nós falaríamos assim?

O paciente morreu (desencarnou)? , dê um tempo para que os familiares fiquem com ele, enquanto isto vá desligando aparelhos que estejam ligados ao mesmo, retirando possíveis acessos, em atitude de respeito, e ao término dê mais alguns minutos aos familiares explicando que serão breves porque "O CORPO PRECISA SER PREPARADO PARA SER ENVIADO AO NECRETÓRIO". 

"PACOTE"? !

Quem terá sido o (a) idiota que inventou este termo para designar um corpo que é o retrato vivo de uma vida? O corpo que morreu possui uma história que não pode ser ignorada e deve ser respeitada e, sobretudo, ele serviu de instrumento para que o espírito evoluisse (crença espírita).

Se alguns enfermeiros não pensam e não acreditam nesta crença, isto não lhes dá o direito de desrespeitarem  quem assim pensa e crê.

Muitas vezes os familiares são contra o necrotério e perguntam:

_ Mandar para a "PEDRA"? Não...não...e tentam impedir mesmo.

É a hora de explicar o que é o necrotério e a PEDRA nada mais é do que uma sala na qual há  mesas de mármore onde o corpo, depois de preparado, fica até que o atestado de óbito seja assinado pelo médico (em alguns hospitais esta parte é uma ladainha) e liberado aos familiares.

Tenho certeza que a sua postura determinará o resultado que você deseja obter. 

Diante da morte seja:

 -Profissional

- Humano

- Solidário

- Repeitoso

- Gentil

- Cortês

- Discreto

- Educado

Lembre-se sempre que a situação que o paciente está atravessando junto aos familiares, um dia baterá à sua porta.

Todos somos fisicamente mortais.

O assunto é abrangente...complete-o!

Estude, Pesquise, Busque e 

CUIDE-SE!

abçs,