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06/10/2013

Ainda há resistência à mamografia


Ações de combate ao câncer de mama têm aumentado no Ceará, pois o estado ainda precisa reduzir os índices de diagnósticos tardios da doença, o que diminui as chances de cura. São 4.332.293 mulheres cearenses, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE-2010). Aproximadamente 600 mil têm mais de 50 anos e, portanto, deveriam fazer a mamografia, exame que estuda o tecido mamário. (Nota da SBM: Segundo a recomendação da entidade, as mulheres devem fazer a mamografia anualmente a partir dos 40 anos). Se for considerado o período anual, são 300 mil mulheres com perfil para investigação sobre a ocorrência do câncer de mama. Excluindo 25% deste total, que fazem o exame por convênios ou de forma particular, 225 mil teriam de ser analisadas pelos 42 aparelhos de mamógrafos da rede estadual de saúde. Entretanto, no ano passado, apenas 110 mil mamografias foram realizadas em todo o Ceará.

As estatísticas estaduais, que previram 1.770 casos de câncer de mama em 2012, sendo 770 apenas na Capital, são disponibilizadas pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) e têm a missão de conduzir ações do poder público no combate à doença. Um Comitê Estadual de Controle ao Câncer foi criado e um Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), além de sete Unidades de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), funcionam para efetivar as políticas de atenção oncológica. Uma lacuna, porém, ainda precisa ser preenchida: a exploração complementar dos seis níveis de gravidade apontados nas mamografias, classificados como BI-RADS (Breast Imaging-Reporting and Data System - em inglês).

"Não estamos preparados para explorar os níveis 4 e 5, pois são necessários equipamentos mais sofisticados. Muitas mulheres podem até fazer o exame, mas não saberão se estão doentes", afirmou o presidente do Comitê, o médico mastologista Luiz Porto. Conforme ele, estes nivelamentos são os que apresentam suspeita de câncer, enquanto os níveis 1 e 2 indicam inexistência da doença, o 3 pede acompanhamento e o 6 confirma a neoplasia. Porto, que também é professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), informou que a expectativa é de que 12 das 22 policlínicas previstas para serem construídas no Ceará executem a exploração dos BI-RADS.

A resistência das mulheres e o pouco detalhamento dos exames, que dificultam a descoberta precoce do tumor, contribuem com o alto índice de mortalidade por câncer de mama no Brasil. No Ceará, em 2011, de acordo com dados da Sesa, 568 mulheres e oito homens morreram em decorrência da doença. Pesquisa desenvolvida pela Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) revelou que 50,1% das mulheres diagnosticadas nos Estados Unidos estavam em estágio inicial da doença; porcentagem que, no Brasil, resume-se a apenas 10%.

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O que significa "risco de desenvolver CA de mama":
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