Cuidar da saúde com amor e alegria!

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13/05/2014

Do que adoece quem viaja ao Brasil?


A pergunta foi ponto de partida de um estudo que avaliou mais de 1.500 pessoas que retornaram aos seus países de origem após uma temporada no Brasil.

Com a chegada da Copa do Mundo e das Olimpíadas/Paraolimpíadas nos próximos dois anos, o Brasil receberá aproximadamente 600 mil turistas estrangeiros em cada evento, e estima-se que serão realizadas 3 milhões de viagens domésticas. Num país com dimensões continentais, os riscos de exposição a doenças diferentes variam bastante. Apesar de os eventos serem realizados em grandes cidades, com problemas de saúde específicos das áreas urbanas, não é incomum turistas aproveitarem para conhecer outros municípios da região.

Considerando esses eventos esportivos, uma rede internacional de vigilância epidemiológica avaliou retrospectivamente as queixas médicas de turistas que retornaram de viagens do Brasil e procuraram atendimento médico. Em 1995, a International Society of Travel Medicine (www.istm.org) constituiu com o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) uma rede chamada GeoSentinel.

Seu objetivo é monitorar e ajudar a prevenir, tratar e planejar ações de saúde relacionadas às doenças tropicais e/ou relacionadas às viagens e aos deslocamentos humanos, como nos casos de refugiados. As clínicas participantes estão presentes em todos os continentes.

Os pesquisadores avaliaram as informações de turistas que viajaram ao Brasil entre 1997 e 2013. Foram excluídos aqueles que não tiveram o Brasil como destino exclusivo – o objetivo era avaliar a viagem ao país como único risco à saúde do viajante.

Os resultados mostraram que 55% dos viajantes eram do sexo masculino; 65% tiveram o turismo como objetivo principal da visita; 50% procuraram informações sobre o país antes de chegar ao Brasil; e em 59% dos casos a duração da viagem foi menor que 30 dias.

As doenças diagnosticadas após o retorno dos viajantes estão listadas na tabela abaixo. Como podemos ver, as doenças de pele, as síndromes diarreicas e as síndromes febris foram as mais frequentes. Os pesquisadores ressaltam que a maioria das doenças que podem ser evitadas com vacinas, à exceção da gripe, apareceu em frequência muito reduzida.

O estudo apresenta um viés importante, pois dá conta de um universo relativamente pequeno de viajantes, se considerarmos o número de turistas que visitam o Brasil todos os anos. Entretanto, esses indivíduos procuraram serviços de saúde, o que torna suas queixas relevantes.

Os dados apresentados nos lembram da importância de medidas simples que devem ser tomadas quando viajamos, como adotar medidas básicas de higiene, ficar atento à qualidade da água, da comida e do ambiente e ter cuidado com areia e terra. Além disso, reforça o papel das vacinas, do aconselhamento antes das viagens e os cuidados que sempre devem ser tomados para evitarmos as DSTs.

Adaptado de: Illness in Travelers Returned From Brazil: The GeoSentinel Experience and Implications for the 2014 FIFA World Cup and the 2016 Summer Olympics Clin Infect Dis. first published online February 28, 2

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