A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer pintor ou escultor; pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes! Florence Nightingale
Cuidar da saúde com amor e alegria!
31/01/2012
Endometriose
O endométrio é uma mucosa que reveste a parede interna do útero, sensível às alterações do ciclo menstrual, e onde o óvulo depois de fertilizado se implanta. Se não houve fecundação, boa parte do endométrio é eliminada durante a menstruação. O que sobra volta a crescer e o processo todo se repete a cada ciclo.
aderências resultantes da endometriose
Endometriose é uma afecção inflamatória provocada por células do endométrio que, em vez de serem expelidas, migram no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a multiplicar-se e a sangrar.
Endometriose profunda é a forma mais grave da doença. As causas ainda não estão bem estabelecidas. Uma das hipóteses é que parte do sangue reflua através das trompas durante a menstruação e se deposite em outros órgãos. Outra hipótese é que a causa seja genética e esteja relacionada com possíveis deficiências do sistema imunológico.
Sintomas
A endometriose pode ser assintomática. Quando os sintomas aparecem, merecem destaque:
* Dismenorreia – cólica menstrual que, com a evolução da doença, aumenta de intensidade e pode incapacitar as mulheres de exercerem suas atividades habituais;
* Dispareunia – dor durante as relações sexuais;
* Dor e sangramento intestinais e urinários durante a menstruação;
* Infertilidade.
Diagnóstico
Diante da suspeita de endometriose, o exame ginecológico clínico é o primeiro passo para o diagnóstico, que pode ser confirmado pelos seguintes exames laboratoriais e de imagem: visualização das lesões por laparoscopia, ultra-som endovaginal, ressonância magnética e um exame de sangue chamado marcador tumoral CA-125, que se altera nos casos mais avançados da doença. O diagnóstico de certeza, porém, depende da realização da biópsia.
endometriose retrocervical
Tratamento
A endometriose é uma doença crônica que regride espontaneamente com a menopausa, em razão da queda na produção dos hormônios femininos.
Mulheres mais jovens podem valer-se de medicamentos que suspendem a menstruação: a pílula anticoncepcional tomada sem intervalos e os análogos do GnRH. O inconveniente é que estes últimos podem provocar efeitos colaterais adversos.
Lesões maiores de endometriose, em geral, devem ser retiradas cirurgicamente. Quando a mulher já teve os filhos que desejava, a remoção dos ovários e do útero pode ser uma alternativa de tratamento.
endometriose pélvica
Recomendações
* Não imagine que a cólica menstrual é um sintoma natural na vida da mulher. Procure o ginecologista e descreva o que sente para ele orientar o tratamento;
* Faça os exames necessários para o diagnóstico da endometriose, uma doença crônica que acomete mulheres na fase reprodutiva e interfere na qualidade de vida;
* Inicie o tratamento adequado ao seu caso tão logo tenha sido feito o diagnóstico da doença;
* Saiba que a endometriose está entre as causas possíveis da dificuldade para engravidar, mas a fertilidade pode ser restabelecida com tratamento adequado.
Estude e Cuide-se!
27/01/2012
Hanseníase
Características da hanseníase e os bacilos de Hansen
Doença crônica granulomatosa, proveniente de infecção causada pelo Mycobacterium leprae. Esse bacilo tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos (alta infectividade), no entanto poucos adoecem (baixa patogenicidade); propriedades essas que não são em função apenas de suas características intrínsecas, mas que dependem, sobretudo, de sua relação com o hospedeiro e o grau de endemicidade do meio, entre outros aspectos.
O domicílio é apontado como importante espaço de transmissão da doença, embora ainda existam lacunas de conhecimento quanto aos prováveis fatores de risco implicados, especialmente aqueles relacionados ao ambiente social. O alto potencial incapacitante da hanseníase está diretamente relacionado ao poder imunogênico do M. leprae e à capacidade do bacilo penetrar a célula nervosa.
INFORMAÇOES GERAIS SOBRE A DOENÇA- O QUE TODOS DEVEM SABER1. Qual a classificação da hanseniase?
A hanseníase, para fins de tratamento, pode ser classificada em:
Paucibacilar – poucos bacilos -: até 5 lesões de pele. Multibacilar – muitos bacilos -: mais de 5 lesões de pele.
2. Quais os sinais e sintomas?• Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo com perda ou alteração de sensibilidade;• Área de pele seca e com falta de suor;• Área da pele com queda de pêlos, especialmente nas sobrancelhas;• Área da pele com perda ou ausência de sensibilidade ao calor, dor e tato. A pessoa se queima ou machuca sem perceber;• Sensação de formigamento (Parestesias);• Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas, inchaço de mãos e pés;• Diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos.• Úlceras de pernas e pés.• Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.• Febre, edemas e dor nas juntas.• Entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz.• Ressecamento nos olhos.Locais do corpo com maior predisposição para o surgimento das manchas: mãos, pés, face, costas, nádegas e pernasImportante: Em alguns casos, a hanseníase pode ocorrer sem manchas.
3. Como se transmite?A transmissão se dá entre pessoas. Uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença (multibacilar – MB), estando sem tratamento, elimina o bacilo pelas vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim transmiti-lo para outras pessoas suscetíveis.O bacilo de Hansen tem capacidade de infectar grande número de pessoas, mas poucas pessoas adoecem porque a maioria tem capacidade de se defender contra o bacilo.O contato direto e prolongado com a pessoa doente em ambiente fechado, com pouca ventilação e ausência de luz solar, aumenta a chance da pessoa se infectar.Importante: Assim que a pessoa doente começa o tratamento deixa de transmitir a doença.Ela não precisa ser afastada do trabalho, nem do convívio familiar e pode manter relações sexuais com seu parceiro ou parceira.
4. Quais são os fatores de risco para a hanseníase?
Apesar de muitas pessoas contraírem o bacilo poucas adoecem. Isso porque a maioria das pessoas tem boa resistência ao mesmo.
Situações de pobreza como precárias condições de vida, desnutrição, alto índice de ocupação das moradias e outras infecções simultâneas podem favorecer o desenvolvimento e a propagação da hanseníase.
Esta doença pode atingir pessoas de ambos os sexos em qualquer idade em áreas endêmicas. Entretanto, é necessário um longo período de exposição e apenas uma pequena parcela da população infectada, adoece.
5. Qual o período de incubação?
Em média de 2 a 5 anos.
6. Como as pessoas podem suspeitar que estão com hanseníase?
Os sinais e sintomas mais freqüentes da hanseníase são manchas e áreas da pele com diminuição de sensibilidade térmica (ao calor e frio), tátil (ao tato) e à dor, que podem estar em qualquer parte do corpo, principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas.
7. Como confirmar o diagnóstico?
A confirmação do diagnóstico é feita pelo médico por meio de exame clínico, baseado nos sinais e sintomas detectados na observação de toda a pele, olhos, palpação dos nervos, avaliação da sensibilidade superficial e da força muscular dos membros superiores e inferiores. Em raros casos será necessário solicitar exames complementares para confirmação diagnóstica.
8. Como é o tratamento da hanseníase?O tratamento específico é encontrado nos serviços públicos de saúde e é chamado de poliquimioterapia (PQT), porque utiliza a combinação de três medicamentos. Os medicamentos utilizados consistem na associação de antibióticos, conforme a classificação operacional, sendo:• Paucibacilares: rifampicina, dapsona - 6 doses em até 9 meses;• Multibacilares: rifampicina, dapsona e clofazimina – 12 doses em até 18 meses;O paciente vai ao serviço mensalmente tomar a dose supervisionada pela equipe de saúde, e pegar a medicação para as doses que ele toma diariamente em casa.A regularidade do tratamento e o início mais precoce levariam a cura da hanseníase mais rápida e segura.
9. Como prevenir a hanseníase?
Apesar de não haver uma forma de prevenção especifica, existem medidas que podem evitar novos casos e as formas multibacilares, tais como:• diagnóstico e tratamento precoces;• exame das pessoas que residem ou residiram nos últimos cinco anos com o paciente;• aplicação da BCG (ver item vacinação).
10. Como se realiza a prevenção de incapacidades?A prevenção de incapacidades (PI) é uma atividade que se inicia com o diagnóstico precoce, tratamento com PQT, exame dos contatos e BCG, identificação e tratamento adequado das reações e neurites e a orientação de autocuidado, bem como apoio emocional e social.A Prevenção de Incapacidades se faz necessária também em alguns casos após a alta de PQT (reações, neurites e deformidades em olhos, mãos e pés).A avaliação neurológica, classificação do grau de incapacidade, aplicação de técnicas de prevenção e a orientação para o autocuidado são procedimentos que precisam ser realizados nas unidades de saúde.Estas medidas são necessárias para evitar seqüelas, tais como: úlceras, perda da força muscular e deformidades (mãos em garra, pé caído-sem força para levantar o pé-, lagoftalmo – incapacidade parcial ou total de fechar as pálpebras).Recomenda-se o encaminhamento às unidades de referencia os casos que não puderem ser resolvidos nas unidades básicas.
11. Como proceder em caso que requer reabilitação?
Os pacientes diagnosticados tardiamente e com deformidades físicas deverão ser encaminhados para unidades de referência onde poderão se beneficiar de tratamento adequado, como a cirurgia, exercícios pré e pós-operatórios e o autocuidado, bem como da indicação de próteses e/ou órteses. O objetivo é proporcionar uma melhor qualidade de vida às pessoas com hanseníase e/ou suas sequelas.
12. Gravidez e o aleitamento
A gravidez e o aleitamento materno não contra-indicam o tratamento poliquimioterápico da hanseníase que são seguros tanto para a mãe como para a criança. Alguns dos medicamentos podem ser eliminados pelo leite, mas não causam efeitos adversos importantes. Os lactentes, porém, podem apresentar a pele hiperpigmentada pela Clofazimina, ocorrendo à regressão gradual da pigmentação, após a parada do tratamento.
13. Vacinação BCG (BACILO DE CALMETTE-GUÉRIN)Toda pessoa que reside ou residiu nos últimos cinco anos com doente de hanseníase, sem presença de sinais e sintomas de hanseníase no momento da avaliação, deve ser examinada e orientada a receber a vacina BCG para aumentar a sua proteção contra a hanseníase.Deve também receber orientação no sentido de que não se trata de vacina específica para a hanseníase. Estudos realizados no Brasil e em outros países verificaram que o efeito protetor da BCG na hanseníase variava de 20 a 80%, concedendo maior proteção para as formas multibacilares da doença.Em alguns casos o aparecimento de sinais clínicos de hanseníase, logo após a vacinação, pode estar relacionado com o aumento da resposta imunológica em indivíduo anteriormente infectado.A hanseníase parece ser uma das mais antigas doenças que acomete o homem. As referências mais remotas datam de 600 a.C. e procedem da Ásia, que, juntamente com a África, podem ser consideradas o berço da doença. A melhoria das condições de vida e o avanço do conhecimento científico modificaram significativamente o quadro da hanseníase, que atualmente tem tratamento e cura. No Brasil, cerca de 47.000 casos novos são detectados a cada ano, sendo 8% deles em menores de 15 anos.
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Cai número de casos de hanseníase, mas Brasil ainda é o 2º no mundo
Em 2011, país registrou 30.298 novos casos da doença, segundo governo.Número representa queda de 15% em relação ao ano retrasado.
O Brasil registrou no ano passado 30.298 novos casos de hanseníase, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (26) pelo secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. O número representa queda de 15% no registro da doença em todo o país entre 2010 e 2011. Em 2010, foram 34.894 novos casos (18,22 por 100 mil habitantes), sendo 2.461 na população menor de 15 anos.
Em números absolutos, o Brasil é o segundo país que mais registra novos casos por ano no mundo, atrás apenas da Índia, que tem aproximadamente 150 mil novos casos ao ano.
A divulgação antecede o Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase, celebrado no próximo domingo (29). Do total de 30.298 casos, 2.192 foram registrados em menores de 15 anos (4,77 por 100 mil habitantes). O número representa 15,88 novos casos da doença por 100 mil habitantes.
Segundo o secretário, é importante analisar a incidência da doença na população menor de 15 anos porque é alta a possibilidade de haver um adulto não diagnosticado em contato com essa criança.
“Se tem uma criança com hanseníase com certeza tem um adulto ali que não foi diagnosticado. Se o índice na população menor de 15 anos é alto, é sinal de que há muitos casos em adultos que não estão sendo tratados”, explicou.
As regiões Norte, Certo-Oeste e Nordeste são as que apresentam maior índice de novos casos, onde a incidência é considerada média. No Sul e Sudeste, a taxa é tida como baixa.
Metas
A meta do governo – prevista no Plano de Eliminação da Hanseníase - é que haja menos de um caso da doença para cada grupo de 10 mil habitantes até 2015. De acordo com o secretário, o ministério identificou 252 municípios prioritários de combate à hanseníase. Nesses locais, as secretarias municipais de saúde trabalham com a busca ativa, o que aumenta o diagnósticos de novos casos e facilita o tratamento.
“A intenção da busca ativa é não esperar que a pessoa sinta alguma coisa e venha na unidade de saúde, mas buscar identificar precocemente qualquer mancha que tenha aquela sensação de dormência, que é o sintoma básico”, disse.
Outra estratégia prevista no plano é a vigilância de contatos. Jarbas Barbosa afirmou que, para cada caso da doença, outra cinco pessoas com quem o portador tem contato devem ser examinadas. “A gente vai casa da pessoa, examina a família e vê se há outros casos. Isso é bom para a pessoa, porque detecta precocemente e evita que ela possa ter uma forma avançada grave, e a gente vai interrompendo a cadeia de transmissão”, disse.
Repasses
Do total de municípios identificados pelo Ministério da Saúde como prioritários para o tratamento da hanseníase, 245 receberão R$ 16,515 milhões no próximo mês. Essas cidades representam 34,9% da população total do país e 53% dos novos casos. O repasse está previsto no programa de erradicação da extrema pobreza, Brasil sem Miséria.De acordo com o secretário, na metade do ano esses municípios deverão receber montante ainda maior para tratamento, acompanhamento de portadores, prevenção, reabilitação e vigilância e busca ativa de novos casos.
Tratamento
O ministério esclarece que todos os casos de hanseníase têm tratamento e cura. Atualmente, em todo país há 23.660 pessoas em tratamento, que é oferecido gratuitamente pelo SUS e pode durar 6 meses ou 1 ano.
Feito a base de comprimidos orais, o tratamento também abrange exercícios e orientação da equipe de saúde. De acordo com Jarbas Barbosa, “quase que imediatamente depois que a pessoa começa a se tratar, ela já para de transmitir”.
“Seja para aquela pessoa, seja para impedir que outras pessoas contraiam a hanseníase, é importante detectar a doença o mais rapidamente possível”, esclareceu o secretário. A taxa de cura é de 80%, segundo o ministério, número que poderia ser maior não fosse o abandono do tratamento.
“Uma das metas é também atingir um percentual elevado de cura (90%), porque as pessoas às vezes melhoram e param de fazer o tratamento”, disse.
fonte: G1
Estude e Cuide-se!
23/01/2012
Muhammad Miah
Cientistas em Londres estão investigando o caso de um menino que tem uma doença rara que faz com que ele não consiga comer.
O jovem Muhammad Miah, de 18 anos, não consegue nem mesmo beber água da torneira.
"A água precisa ser fervida ou mineral, caso contrário meu estômago não aprova. Meu estômago é muito sensível", diz ele.
Desde a infância, ele é obrigado a se alimentar de forma artificial. Durante o dia, ele toma um líquido acrescido de proteínas, carboidratos, gordura, água, minerais e vitaminas.
À noite, um aparelho especial bombeia nutrientes diretamente em seu estômago através de um tubo especial.
Antigamente, ele era alimentado usando métodos intravenosos, com os nutrientes entrando direto na corrente sanguínea, sem passar pelos processos normais de digestão.
Um episódio, no entanto, marcou Muhammad.
"Meu estômago parou de funcionar totalmente. Eu não conseguia nem mesmo ser alimentado por nutrientes líquidos ou água. Isso durou por vários meses", afirma o jovem.
Doença rara
Muhammad sofre de uma condição rara chamada pseudo-obstrução intestinal, que afeta apenas entre 12 e 15 crianças em toda a Grã-Bretanha. O intestino perde toda a capacidade de fazer a comida passar pelo aparelho digestivo.
Os médicos no hospital Great Ormond Street, em Londres, onde Muhammad está sendo tratado, acreditam que no caso do jovem a doença foi provocada por uma falha nos nervos do músculo do intestino.
Muhammad ainda consegue ver o lado positivo na sua doença.
"Às vezes eu acho que sou mais saudável do que as outras pessoas. Quando você pensa em todos os tipos de porcarias que as pessoas estão comendo... pelo menos eu não vou engordar."
Ele conta também que nunca chega a sentir fome.
"Minhas refeições são tão bem cronometradas agora, que eu sinto fome de verdade, para ser sincero. E quando eu estou passando muito mal, eu não sinto fome. É algo normal para mim."
Apesar da atitude positiva, ele enfrenta muitos problemas no seu cotidiano. Muhammad está estudando para entrar na universidade. Devido à sua doença, há dias em que ele fica tão sem energia que mal consegue sair da cama.
O especialista em pediatria e problemas intestinais Nikhil Tharpar, do Instituto de Saúde Infantil da University College London, afirma que há urgência na medicina em se compreender melhor como o estômago funciona.
"Nós só conseguimos controlar os sintomas no momento. O tratamento é só permitir que pacientes como Muhammad sobrevivam. Nós não vamos oferecer nenhuma cura", diz o médico.
"Mas nós queremos entender como esses defeitos de nascença surgem, e fazer um pouco de pesquisa com células-tronco para desenvolver alguns dos nervos que não existem [no paciente]."
Tharpar diz que crianças com pseudo-obstrução intestinal levam o defeito consigo a vida toda.
"Essas crianças são muito corajosas, apesar de tudo. Ela vivem com uma péssima qualidade de vida, estão sempre entrando e saindo do hospital todas as semanas e sofrem de constipação crônica. Elas vivem no limite", afirma o médico.
fonte:
Estude e Cuide-se!
22/01/2012
DOENÇA DE PEYRONIE (DP)
Sinônimos e nomes populares: induratio pênis; "calo" no pênis.
O que é ?
Essa doença se manifesta como uma zona endurecida no corpo cavernoso do pênis correspondendo a uma área fibrótica e por essa razão descrita pelos pacientes como se fosse um "calo" no pênis.0,4% à 3,5% dos homens adultos são afetados.Estudos de autópsia mostra um número maior de indivíduos afetados.
Como se desenvolve ou se adquire?
Sua causa é desconhecida. Várias etiologias são descritas. Pequenos traumatismos durante o ato sexual são uma possível explicação para o problema. Esses traumatismos seriam seguidos por uma cicatrização errônea. Isso tudo ocorreria em indivíduos geneticamente predispostos. Fatores imunológicos talvez estejam envolvidos, pois em alguns casos, há associação com fibrose retroperitoneal, fibrose palmar ou plantar (doença de Depuytren).Outras situações podem acompanhar a doença de Peyronie,como a diabete melito, gota, uso de betabloqueadores,esclerose do tímpano, doença de Paget,etc.
O que se sente?
O paciente geralmente detecta a placa peniana, a qual pode estar acompanhada de dor ou curvatura peniana. Uma ou outra prejudica o desempenho sexual do paciente. Muitasvezes essa é a razão da consulta. Início abrupto dos sintomas ocorre em menos de 20% dos casos. A doença é progressiva, regredindo espontaneamente em menos de 10% dos pacientes. A placa pode estar localizada em um pequeno segmento do corpo cavernoso como, também, comprometer várias partes ou todo o corpo cavernoso. A dor que acompanha a Doença de Peyronie ocorre geralmente durante a ereção prejudicando o ato sexual. Em casos mais avançados, a placa pode originar curvatura peniana impedindo a penetração vaginal. Quando o comprometimento dos corpos cavernosos é extenso, a ereção fica impossível.
Como o médico faz o diagnóstico?
Geralmente o diagnóstico é simples, feito através das queixas do paciente e da palpação da placa. Poucas doenças podem ocasionar achados semelhantes aos da Doença de Peyronie. Por exemplo: estenose de uretra, trombose de corpos cavernosos, tumores penianos e fibrose pós-traumática.
Como se trata?
Como é uma doença de etiologia desconhecida, o tratamento eficaz também é ignorado. Naqueles casos assintomáticos e sem curvatura peniana, o tratamento conservador (somente observar o paciente) está indicado.
Quando existem sinais de progressão da placa, dor ou curvatura mínima pode-se optar por drogas administradas via oral (vitamina E, potaba, colchicina) ou injetáveis na placa (esteróides, verapamil, colagenases).
Se houver curvatura peniana significativa com impossibilidade de penetração vaginal, o tratamento é cirúrgico . A cirurgia realizada é a de Nesbit e consiste na plicatura do corpo cavernoso oposto à placa, retificando o pênis. Algumas técnicas fazem a retirada da placa fibrótica e sua substituição por outro tecido normal. Nos casos de curvatura severa ou ausência de ereção, a única solução é a utilização de próteses penianas.
Como se previne?
Não há prevenção conhecida.
Estude e Cuide-se!
Bebê que nasceu com apenas 270 gramas deixa o hospital nos EUA
Melinda Star Guido deixa o hospital nesta sexta (Foto: AP)
Melinda Star Guido nasceu com 16 semanas de antecipação.Ela é a segunda mais leve a sobreviver no país e a terceira no mundo.
O bebê que teoricamente é o terceiro menor do mundo a sobreviver deixou o hospital de Los Angeles onde ficou internado por cinco meses, informaram os médicos.
Melinda Star Guido, que nasceu em agosto passado com 16 semanas de antecipação e pesando apenas 270 gramas - menos que uma lata de refrigerante -, passou cinco meses internada numa unidade de cuidados intensivos neonatal.
"Estou tão emocionada por finalmente poder levar meu bebê para casa", declarou a mãe, Haydee Ibarra, de 22 anos.
Melinda é o terceiro menor bebê do mundo que consegue sobreviver, segundo dados do Global Birth Register (Registro Global de Nascimentos) citados por funcionários da saúde do condado de Los Angeles.
O dr. Rangasamy Ramanathan, chefe do Centro Médico LA County-USC, afirmou inicialmente que não estava seguro sobre a capacidade de Melinda sobreviver.
"Isso não acontece todos os dias. Em meus 30 anos aqui... esta é a primeira vez que fomos capazes de dar alta a um bebê que pesava menos de 300 gramas", comentou.
fonte:G1
Estude e Cuide-se!
19/01/2012
Hoje , nada de doenças...só delícias!! Duas receitinhas show...
BOLO DE CENOURA COM CHOCOLATE
Ingredientes:
Bolo
- 4 cenouras
- 1 xícara de chá de óleo
- 3 ovos
- 2 xícaras de farinha de trigo
- 2 xícaras de açúcar
- 1 colher de sopa cheia de fermento
Cobertura de chocolate:
- 1 xícara de água
- 2 colheres de sopa de chocolate
- 1 xícara de açúcar
- 1 colher de sopa de manteiga ou margarina
Modo de fazer:
- Bata as cenouras, o óleo e os ovos no liquidificador.
- Despeje a massa em uma tigela e acrescente a farinha, o açúcar e o fermento.
- Asse em forno quente.
Em vez que colocar a massa em uma forma de bolo, usei forminhas de silicone para muffin.
- Para a calda: leve todos os ingredientes da cobertura ao fogo até engrossar. Despeje no bolo ainda quente.beijinhos...
Inclua os sais minerais na sua rotina
Os sais minerais são essenciais para a saúde. Eles podem ser encontrados em frutas, legumes, carnes, grãos e outros tipos de alimentos.
Mas cuidado ao optar por produtos vendidos em farmácias. Cabe ao médico decidir se vale a pena ingerir suplementos alimentares temporariamente para suprir as necessidades de minerais do organismo.
Entenda o que eles fazem pelo seu organismo:
Ferro
É responsável, entre outras coisas, por nossa forma física; afinal, ele é necessário para o transporte do oxigênio no sangue. Palidez, unhas quebradiças e queda de cabelo podem ser sinais de deficiência de ferro.
Fontes: Carne e produtos integrais.
Potássio
Equilibra o sistema digestivo e os rins e é fundamental na secreção de substâncias tóxicas. Além disso, também é essencial para a elasticidade da pele.
Fontes: Frutas secas, leguminosas, nozes, amêndoas e castanhas, produtos à base de soja, hortaliças, cogumelos, abacate.
Cálcio
É imprescindível para a saúde geral e firmeza dos ossos e dentes.
Fontes: Leite e derivados.
Magnésio
Ajuda na estabilidade das paredes celulares e previne a formação de rugas na pele.
Fontes: Produtos integrais, leguminosas, água mineral.
Selênio
Ajuda na regeneração de lesões na pele, no funcionamento da tireóide e combate a formação de radicais livres, formados no processo de envelhecimento.
Fontes: Levedo de cerveja, produtos integrais, frutos do mar, cogumelos, arroz integral.
Zinco
Assim como o selênio, ajuda na cicatrização de feridas e ajuda a vitamina A a cumprir suas funções.
Fontes: Leguminosas, grãos, nozes, amêndoas e castanhas, aves, frutos do mar.
(Fonte: O Melhor da Sabedoria Popular – Reader’s Digest)
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18/01/2012
Índia registra casos de tuberculose 'incurável'
Tratamentos conhecidos não funcionam no combate da doença; três já morreram.
Um tipo de tuberculose totalmente resistente ao tratamento com antibióticos está preocupando as autoridades sanitárias da Índia.
De 12 pacientes em Mumbai considerados "totalmente resistentes aos remédios", três já morreram.
Os casos estão sendo investigados pelo Ministério da Saúde indiano.
A tuberculose é uma das maiores causas de morte no mundo. Entre as doenças contagiosas, fica atrás apenas do HIV.
O tratamento com antibióticos para pacientes com tuberculose dura, em média, de seis a nove meses.
Novas bactérias
Não é a primeira vez que bactérias resistentes aos antibióticos causam preocupação nas autoridades médicas.
Alguns tipos de tuberculoses "incuráveis" já foram registrados em países como Itália e Irã.
Vertentes resistentes a um grupo específico de medicamentos também apareceram na Rússia e na China.
Segundo os médicos do hospital Hinduja, em Mumbai, os pacientes têm sido tratados com uma bateria de drogas há dois anos, sem sucesso.
A maioria dos doentes viviam em favelas na cidade, onde a proximidade entre as pessoas facilita o contágio.
O Centro Americano para Controle de Doenças (CDC na sigla em inglês) confirmou que a vertente indiana parece ser completamente resistente.
"Toda vez que vemos algo assim, procuramos assumir o controle antes que se torne um problema disseminado", disse Kenneth Castro, diretor de Eliminação de Tuberculose do CDC.
O caso se agrava quando os pacientes interrompem o tratamento, criando o ambiente perfeito para que a bactéria desenvolva resistência.
fonte: G1
Estude e Cuide-se!
15/01/2012
"ENTENDENDO A ESQUIZOFRENIA - COMO A FAMÍLIA PODE AJUDAR NO TRATAMENTO?"
14/01/2012
Transtorno Bipolar
Nos anos 80, a atriz americana Linda Hamilton alcançou o estrelato como a protagonista da série cinematográfica O Exterminador do Futuro. No segundo filme, para espanto dos espectadores, ela surgiu com um corpo musculoso obtido à custa de treinamentos que lhe consumiam seis horas por dia. Mais do que fruto da preparação para o papel da obstinada personagem Sarah Connor, que combatia andróides enviados do futuro para matar seu filho, a forma física de Linda era uma das facetas de um distúrbio bipolar não diagnosticado.
As vítimas da doença alternam momentos de extrema euforia e de profunda depressão, e a ginástica obsessiva compunha um quadro em que também estavam presentes comportamentos autodestrutivos, uso de drogas, abuso de bebida e rompantes de violência. O inferno pessoal de Linda só chegou ao fim quando ela teve a doença diagnosticada e começou a tratar-se com remédios. A atriz credita ao distúrbio bipolar o fim de seus dois casamentos, um deles com o diretor James Cameron.
Hoje, aos 49 anos, mãe de dois filhos e vivendo em Malibu, na Califórnia, ela não tem mais os músculos de Sarah Connor. Mas desenvolveu um tipo diferente de força, que a motivou a falar publicamente de sua doença. "Estou bem agora. Mas foram vinte anos de luta e sofrimento para chegar até aqui", disse Linda nesta entrevista a VEJA.
Veja – Por que a senhora resolveu falar publicamente sobre a sua doença?
Linda – Passei vinte anos da minha vida lutando contra uma doença que eu simplesmente não conseguia entender. Foram muitos diagnósticos errados até chegar à recuperação. Passou a ser muito importante para mim dividir – não a tristeza, o choque e o mal-estar em que estive mergulhada boa parte da minha vida –, mas o lado bom do tratamento, que é encontrar o equilíbrio. Achei que podia salvar as pessoas que como eu sofrem de doenças mentais.
Veja – A senhora usa remédios?
Linda – Uso, mas por muito tempo resisti à medicação. Tinha muito medo do que a química poderia causar no meu processo criativo. Achava que ela comprometeria minha profissão e que eu me sentiria inexpressiva e diminuída como pessoa. O que aconteceu foi o oposto. É claro que não foi fácil, no começo, tomar o comprimido todos os dias. Mas hoje vejo que a minha vida mudou completamente. E continua mudando. Abriu-se um incrível mundo novo para mim.
Veja – Como é saber que se depende de uma medicação para o resto da vida? Isso a incomoda?
Linda – De jeito nenhum. Inclusive porque conheço bem a alternativa: viver como eu vivi durante quase quarenta anos, no limite da loucura. Horrível seria saber que eu teria de conviver com uma doença não diagnosticada e não tratável pelo resto da minha vida. Não sei de onde tiraria forças para conseguir isso. Remédio e tratamento psicológico não são um problema para mim. São a solução.
Veja – Quantos anos a senhora tinha quando foi diagnosticada com distúrbio bipolar?
Linda – Eu tinha 37 anos. Dez anos antes, havia sido diagnosticada erradamente como depressiva, o que acontece freqüentemente com quem tem distúrbio bipolar. A diferença é que o paciente bipolar alterna períodos de euforia com outros de depressão. E a doença é tão difícil de ser diagnosticada justamente porque ninguém vai ao médico para dizer: "Doutor, eu me sinto incrível. Posso resolver todos os problemas do mundo". O problema maior do diagnóstico errado é que, quando um paciente bipolar é tratado como se fosse apenas um depressivo, ele deixa de passar por períodos de euforia. Isso complica ainda mais o quadro.
Veja – Como eram os seus episódios de euforia?
Linda – Eu basicamente não precisava dormir. Achava que tinha as melhores idéias do mundo para qualquer tipo de assunto. Que podia levantar bandeiras de campanhas impossíveis. Nesses momentos, eu era uma pessoa feliz e excitadíssima pelo fato de estar viva. Trata-se de uma grande explosão de energia, só que irreal. E permanecer nesse estado, posso garantir, não é seguro. A depressão que se segue, muitas vezes somente uma hora depois da mais completa euforia, costuma ser desesperadora. Houve momentos terríveis, como no nascimento do meu segundo filho, quando tive depressão pós-parto. Comecei a ter alucinações – vinham à minha mente imagens dos meus filhos machucados, sangrando. Achava que não poderia sair de casa ou eles ficariam em perigo. Era um controle obsessivo. Tinha de estar ao lado deles o tempo todo, como se só eu fosse capaz de mantê-los seguros. Àquela altura, já haviam passado pela minha casa mais de treze babás.
Veja – A senhora teve pensamentos suicidas?
Linda – Não exatamente, embora houvesse vezes em que eu simplesmente não quisesse mais viver. Num momento de depressão extrema, tive ímpetos de me atirar de um carro em movimento. Não necessariamente para me matar, mas para fugir de uma situação muito dolorosa.
Veja – A senhora se envolveu com álcool e drogas. As pessoas à sua volta percebiam que estava usando substâncias químicas?
Linda – Eu já sou, normalmente, uma pessoa agitada. Nos anos 80, eu me viciei em cocaína e não era todo mundo que percebia que eu estava sob efeito de drogas. Mas acho que meu problema maior foi mesmo com o abuso de álcool. Na maioria das vezes, podia beber o dia e a noite inteiros sem que ninguém percebesse que eu estava passando do limite.
Veja – É estranho que ninguém percebesse.
Linda – Talvez eles percebessem, mas o fato é que não se preocupavam. Meus amigos falharam comigo nesse aspecto. No geral, as pessoas me viam alta e me incentivavam a beber ainda mais. Mais um pouco e me inscreveriam em um concurso de bebidas. Afinal, eu era uma moça festeira. Era divertida e agitava as noites. Ninguém via isso como um problema.
Veja – Quando a senhora teve a sua primeira crise depressiva depois de tornar-se atriz?
Linda – Foi num de meus primeiros trabalhos, um seriado para a TV, em 1980. Estava fazendo um telefilme chamado Rape and Marriage (Estupro e Casamento), com Mickey Rourke. Ele era, na época, uma estrela em ascensão. O meu papel era muito difícil, havia muita tensão nas filmagens. Foi muita pressão sobre mim. Fiquei esgotada e quase pus tudo a perder.
Veja – A senhora conquistou a fama com a série O Exterminador do Futuro. No segundo filme, sua forma física chamou muito a atenção dos espectadores. Os músculos definidos eram sinal de uma boa fase pessoal?
Linda – Não mesmo. Na verdade, eu estava vivendo um período muito complicado. Interpretar aquele papel me causou um imenso desgosto pessoal. Sarah Connor, a protagonista, era alguém que havia perdido tudo: a mãe, a colega de quarto, o amante... Eu permanecia grudada na personagem e, por causa disso, entrei num estado de depressão severa. Não sabia como me proteger dos sentimentos que vinham do meu trabalho e que se misturavam à vida real. Se um ator não consegue separar uma instância da outra – e, quanto a mim, isso se devia ao distúrbio bipolar –, ele enlouquece. Há o caso de uma atriz que, depois de fazer uma cena extremamente intensa, foi acometida de cegueira histérica. O diretor do filme teve de ficar duas horas com ela no camarim para convencê-la de que podia enxergar. No meu caso, infelizmente, a depressão durou muito mais do que duas horas.
Veja – A ginástica pesada também fazia parte do quadro de distúrbio bipolar?
Linda – Na verdade, o meu lado maníaco é maravilhoso para quem me contrata. Eu me empenho a fundo em todos os papéis. Mas o que aconteceu naquela época foi que, durante a preparação para o filme, eu me tornei compulsiva em relação aos exercícios. Fazia seis horas de ginástica pesada por dia. Logo depois do filme continuei na mesma toada. Treino até hoje, mas jamais naquele nível.
Veja – Como foi a sua infância?
Linda – Foi uma infância normal até certo ponto. Perdi meu pai, que era médico, quando eu tinha 5 anos de idade, em um acidente de carro. Também não foi exatamente uma boa experiência para mim ter uma irmã gêmea idêntica. Eu tentava o tempo todo fazer coisas para me diferenciar, para criar a minha própria identidade. Exceto por esses dois fatos, tive uma infância tranquila. Mas havia também um pouco de tristeza e solidão na minha vida. Eu me sentia diferente das outras pessoas. Já era a depressão, mas ninguém se dava conta.
Veja – Seu pai também foi diagnosticado como bipolar.
Linda – Sim, mas naquele tempo o distúrbio era chamado de psicose maníaco-depressiva. Ele tinha alterações de humor extremas. Certamente há um componente genético nessa doença. E as estatísticas mostram isso. Depois da morte do meu pai, tive meu primeiro grande episódio maníaco: eu me confortava com a comida. Tornei-me uma glutona compulsiva. Cheguei a pesar mais de 70 quilos na adolescência.
Veja – Sua irmã gêmea, Leslie, também é bipolar?
Linda – Não posso fazer esse diagnóstico, mas há muitas evidências que indicam que ela também precisa de atenção. Leslie sofre com doenças crônicas do sistema imunológico. Talvez seja uma somatização do distúrbio.
Veja – A senhora fez terapia durante vinte anos. Por que parou?
Linda – Minha vida está estável, feliz, serena. Não sinto necessidade. Arrisco dizer que me conheço muito bem. Mas, para chegar até aqui, tentei terapias de todos os tipos. Algumas foram desastrosas, inclusive por falta de experiência e disposição minha. Fui a um terapeuta, logo depois que meu primeiro filho nasceu, por indicação de uma amiga. Após três sessões, abandonei o consultório. Não consegui entender uma palavra do que aquele homem queria me dizer. Hoje, olho para trás e entendo 100% do que ele tentava me fazer ver. Ele queria dizer que cada um cria a sua própria realidade.
Veja – Como é o seu relacionamento com os pais de seus dois filhos – o ator Bruce Abbott e o diretor James Cameron?
Linda – Hoje é maravilhoso. E não falo da boca para fora. A gente só se dá bem porque trabalha muito para conseguir isso. Quando se tem filhos, não se quer vê-los assustados, arruinados, destruídos pelo seu mau comportamento. Com as crianças, a gente descobre que alguém tem de ser o adulto e não é justo pedir a elas que assumam esse papel. Nesse sentido, ter filhos foi uma bênção na minha vida. Meus ex-maridos são grandes parceiros. Embora tenhamos uma história de mágoas e abandono, as coisas para funcionar precisam de uma atitude positiva. Um dia meu filho me perguntou: "Você se divorciou do meu pai?". Ele não sabia o que tinha acontecido porque o pai dele nos deixou antes de ele nascer. Respondi que sim, e ele me disse: "Mas vocês não se divorciaram tanto assim!". Decidi que, dali em diante, esse seria o meu código: divorciar-me, mas não levar a separação assim tão longe. Esse não é um jeito bom de viver?
Veja – A senhora atribui o fim dos seus casamentos ao seu comportamento imprevisível?
Linda – Há sempre duas pessoas envolvidas em um fracasso. Meu primeiro marido, Bruce, foi um parceiro maravilhoso, companheiro, gentil, mas acho que eu o assustei com minhas crises. Quanto a James, penso que nunca deveríamos ter ficado juntos. Ambos estávamos apaixonados por Sarah Connor, a personagem de O Exterminador do Futuro, série que ele dirigiu. E isso nada tinha a ver com o James Cameron e a Linda Hamilton de carne e osso. Devo reconhecer, porém, que meu distúrbio contribuiu para o fim do casamento. Lembro que uma vez James me disse: "Eu gosto da Linda que deixo pela manhã, mas nunca tenho certeza de quem eu vou encontrar em casa à noite". Dependendo do que acontecesse durante o dia, se qualquer coisa me estressasse, eu fazia disso uma tempestade. Simplesmente não conseguia esquecer, perdoar ou me livrar do sentimento ruim. Deve ser exaustivo para uma pessoa conviver com alguém com alterações excessivas de humor. Nunca se sabe o que vem em seguida.
Veja – A senhora defende um programa de bem-estar para doentes mentais. Do que se trata?
Linda – É importante que as pessoas com doenças mentais não cuidem só da cabeça. Esses pacientes vivem, em média, de oito a vinte anos menos. É preciso encorajá-los a ter um estilo de vida mais saudável. Parte do programa de recuperação que defendo é desenhada para combater os efeitos colaterais dos remédios, com boa alimentação e exercícios físicos. Os medicamentos podem ser incrivelmente efetivos, mas também devastadores por causa dos efeitos colaterais.
Veja – A senhora se sente curada?
Linda – Eu gostaria que as pessoas com doenças mentais pudessem experimentar a vida que levo hoje. Acredito que o que conquistei não pode mais ser tirado de mim. É claro que tenho dias ruins, como todo mundo. Mas sei que mesmo os maus momentos podem ser bons, desde que se aprenda com eles. Minha infelicidade, no fim das contas, me fez uma pessoa bem melhor. O meu sucesso como atriz um dia será esquecido. Mas o sucesso que obtive como ser humano permanecerá para sempre comigo.
Anna Paula Buchalla
fonte: http://veja.abril.com.br/
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