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27/01/2012

Hanseníase

Características da hanseníase e os bacilos de Hansen
Doença crônica granulomatosa, proveniente de infecção causada pelo Mycobacterium leprae. Esse bacilo tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos (alta infectividade), no entanto poucos adoecem (baixa patogenicidade); propriedades essas que não são em função apenas de suas características intrínsecas, mas que dependem, sobretudo, de sua relação com o hospedeiro e o grau de endemicidade do meio, entre outros aspectos. 
O domicílio é apontado como importante espaço de transmissão da doença, embora ainda existam lacunas de conhecimento quanto aos prováveis fatores de risco implicados, especialmente aqueles relacionados ao ambiente social. O alto potencial incapacitante da hanseníase está diretamente relacionado ao poder imunogênico do M. leprae e à capacidade do bacilo penetrar a célula nervosa.
INFORMAÇOES GERAIS SOBRE A DOENÇA- O QUE TODOS DEVEM SABER

1. Qual a classificação da hanseniase? 
A hanseníase, para fins de tratamento, pode ser classificada em: 
  Paucibacilar – poucos bacilos -: até 5 lesões de pele
. Multibacilar – muitos bacilos -: mais de 5 lesões de pele.
2. Quais os sinais e sintomas?

• Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo com perda ou alteração de sensibilidade;

• Área de pele seca e com falta de suor;

• Área da pele com queda de pêlos, especialmente nas sobrancelhas;

• Área da pele com perda ou ausência de sensibilidade ao calor, dor e tato. A pessoa se queima ou machuca sem perceber;

• Sensação de formigamento (Parestesias); 

• Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas, inchaço de mãos e pés;

• Diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos.

• Úlceras de pernas e pés.

• Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.

• Febre, edemas e dor nas juntas.

• Entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz.

• Ressecamento nos olhos.

Locais do corpo com maior predisposição para o surgimento das manchas: mãos, pés, face, costas, nádegas e pernas

Importante: Em alguns casos, a hanseníase pode ocorrer sem manchas.
3. Como se transmite?

A transmissão se dá entre pessoas. Uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença (multibacilar – MB), estando sem tratamento, elimina o bacilo pelas vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim transmiti-lo para outras pessoas suscetíveis. 

O bacilo de Hansen tem capacidade de infectar grande número de pessoas, mas poucas pessoas adoecem porque a maioria tem capacidade de se defender contra o bacilo.

O contato direto e prolongado com a pessoa doente em ambiente fechado, com pouca ventilação e ausência de luz solar, aumenta a chance da pessoa se infectar. 

Importante: Assim que a pessoa doente começa o tratamento deixa de transmitir a doença.
Ela não precisa ser afastada do trabalho, nem do convívio familiar e pode manter relações sexuais com seu parceiro ou parceira.
4. Quais são os fatores de risco para a hanseníase? 
Apesar de muitas pessoas contraírem o bacilo poucas adoecem. Isso porque a maioria das pessoas tem boa resistência ao mesmo. 
Situações de pobreza como precárias condições de vida, desnutrição, alto índice de ocupação das moradias e outras infecções simultâneas podem favorecer o desenvolvimento e a propagação da hanseníase. 
Esta doença pode atingir pessoas de ambos os sexos em qualquer idade em áreas endêmicas. Entretanto, é necessário um longo período de exposição e apenas uma pequena parcela da população infectada, adoece.
5. Qual o período de incubação? 
Em média de 2 a 5 anos.
6. Como as pessoas podem suspeitar que estão com hanseníase? 
Os sinais e sintomas mais freqüentes da hanseníase são manchas e áreas da pele com diminuição de sensibilidade térmica (ao calor e frio), tátil (ao tato) e à dor, que podem estar em qualquer parte do corpo, principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas.

7. Como confirmar o diagnóstico? 
A confirmação do diagnóstico é feita pelo médico por meio de exame clínico, baseado nos sinais e sintomas detectados na observação de toda a pele, olhos, palpação dos nervos, avaliação da sensibilidade superficial e da força muscular dos membros superiores e inferiores. Em raros casos será necessário solicitar exames complementares para confirmação diagnóstica.
8. Como é o tratamento da hanseníase?

O tratamento específico é encontrado nos serviços públicos de saúde e é chamado de poliquimioterapia (PQT), porque utiliza a combinação de três medicamentos. Os medicamentos utilizados consistem na associação de antibióticos, conforme a classificação operacional, sendo:

• Paucibacilares: rifampicina, dapsona - 6 doses em até 9 meses;

• Multibacilares: rifampicina, dapsona e clofazimina – 12 doses em até 18 meses;

O paciente vai ao serviço mensalmente tomar a dose supervisionada pela equipe de saúde, e pegar a medicação para as doses que ele toma diariamente em casa.A regularidade do tratamento e o início mais precoce levariam a cura da hanseníase mais rápida e segura. 
9. Como prevenir a hanseníase? 
Apesar de não haver uma forma de prevenção especifica, existem medidas que podem evitar novos casos e as formas multibacilares, tais como:

• diagnóstico e tratamento precoces;

• exame das pessoas que residem ou residiram nos últimos cinco anos com o paciente;

• aplicação da BCG (ver item vacinação).

10. Como se realiza a prevenção de incapacidades?

A prevenção de incapacidades (PI) é uma atividade que se inicia com o diagnóstico precoce, tratamento com PQT, exame dos contatos e BCG, identificação e tratamento adequado das reações e neurites e a orientação de autocuidado, bem como apoio emocional e social. 

A Prevenção de Incapacidades se faz necessária também em alguns casos após a alta de PQT (reações, neurites e deformidades em olhos, mãos e pés). 

A avaliação neurológica, classificação do grau de incapacidade, aplicação de técnicas de prevenção e a orientação para o autocuidado são procedimentos que precisam ser realizados nas unidades de saúde. 

Estas medidas são necessárias para evitar seqüelas, tais como: úlceras, perda da força muscular e deformidades (mãos em garra, pé caído-sem força para levantar o pé-, lagoftalmo – incapacidade parcial ou total de fechar as pálpebras). 

Recomenda-se o encaminhamento às unidades de referencia os casos que não puderem ser resolvidos nas unidades básicas.
11. Como proceder em caso que requer reabilitação? 
Os pacientes diagnosticados tardiamente e com deformidades físicas deverão ser encaminhados para unidades de referência onde poderão se beneficiar de tratamento adequado, como a cirurgia, exercícios pré e pós-operatórios e o autocuidado, bem como da indicação de próteses e/ou órteses. O objetivo é proporcionar uma melhor qualidade de vida às pessoas com hanseníase e/ou suas sequelas.
12. Gravidez e o aleitamento 
A gravidez e o aleitamento materno não contra-indicam o tratamento poliquimioterápico da hanseníase que são seguros tanto para a mãe como para a criança. Alguns dos medicamentos podem ser eliminados pelo leite, mas não causam efeitos adversos importantes. Os lactentes, porém, podem apresentar a pele hiperpigmentada pela Clofazimina, ocorrendo à regressão gradual da pigmentação, após a parada do tratamento.
13. Vacinação BCG (BACILO DE CALMETTE-GUÉRIN)

Toda pessoa que reside ou residiu nos últimos cinco anos com doente de hanseníase, sem presença de sinais e sintomas de hanseníase no momento da avaliação, deve ser examinada e orientada a receber a vacina BCG para aumentar a sua proteção contra a hanseníase. 

Deve também receber orientação no sentido de que não se trata de vacina específica para a hanseníase. Estudos realizados no Brasil e em outros países verificaram que o efeito protetor da BCG na hanseníase variava de 20 a 80%, concedendo maior proteção para as formas multibacilares da doença.

Em alguns casos o aparecimento de sinais clínicos de hanseníase, logo após a vacinação, pode estar relacionado com o aumento da resposta imunológica em indivíduo anteriormente infectado.

A hanseníase parece ser uma das mais antigas doenças que acomete o homem. As referências mais remotas datam de 600 a.C. e procedem da Ásia, que, juntamente com a África, podem ser consideradas o berço da doença. A melhoria das condições de vida e o avanço do conhecimento científico modificaram significativamente o quadro da hanseníase, que atualmente tem tratamento e cura. No Brasil, cerca de 47.000 casos novos são detectados a cada ano, sendo 8% deles em menores de 15 anos.
fonte:


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