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19/05/2013

21% das mulheres referem piora da vida sexual após o parto



A piora da vida sexual após nascimento do bebê pode ter várias explicações. Um estudo nacional avalia se a depressão na gravidez e pós-parto é uma delas. 

Muitas mulheres se queixam. E seus respectivos parceiros também: a vida sexual do casal piora após o nascimento do bebê. E estudo internacionais mostram que existe de fato este risco que chega a acometer 1 em cada 4 casais e é mais evidente após 3 a 4 anos do parto. Pior ainda, até 40% das mulheres apresentam alguma queixa sexual no primeiro ano após-parto. Existem várias explicações, mas o mais importante é a interação de fatores biológicos e psicosociais, sendo que estes últimos são ainda mais importantes e freqüentes. Um destes fatores menos estudado é a depressão no ciclo gravídico-puerperal. Pois bem.

Um estudo nacional procurou avaliar se gestantes e puérperas deprimidas tem maior risco de apresentarem queixas sexuais meses após o parto. Para isso foram estudadas 830 gestantes atendidas em serviços públicos da zona oeste de São Paulo que foram seguidas até 18 meses após parto. Na gestação e no puerpério elas responderam a diversos questionários abordando depressão e sexualidade, incluindo uma questão direta sobre a auto-percepção sobre a vida sexual após parto: se ela havia piorado ou não na comparação com a vida sexual prévia à gravidez. 


Os resultados mostram que o declínio da vida sexual é comum: 21% das mulheres apresentaram piora. E mulheres com depressão na gravidez/puerpério tinham 3 vezes mais chance de apresentarem declínio da vida sexual na comparação com mulheres sem depressão nesta fase da vida. Outro dado interessante do estudo foi a época do reinício da vida sexual, algo que, às vezes, é bastante complicado já que as mudanças hormonais e as demandas psicológicas do bebê interferem muito. 


No estudo o reinício da vida sexual foi ao redor de 2 meses, mas 45% das mulheres já havia retomado a vida sexual no primeiro mês e apenas 4% o fizeram após 6 meses. Conhecer a dinâmica sexual das puérperas é fundamental, mas isso nem sempre faz parte da rotina dos médicos. Nem a mulher se sente à vontade para tocar no assunto. Estudos estimam que menos de 30% das mulheres falem de seus problemas sexuais para seus médicos. E, por sua vez, muitos médicos não gostam ou não se sentem à vontade para falar de problemas sexuais.

Resumo da história: a mulher sofre sozinha com seu problema e não conta com assistência médica adequada. E se ela também vivenciou o drama da depressão na gravidez e pós-parto, tudo fica ainda mais complicado. Porque como mostra o estudo, se elas estão tristes na gravidez, é grande a chance delas serem infelizes sexualmente depois. (Faisal-Cury et al. The Relationship Between Depressive/Anxiety Symptoms During. Pregnancy/Postpartum and Sexual Life Decline after Delivery. J Sex Med 2013;10:1343–1349 )

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