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12/12/2014

Superbactérias podem matar 10 milhões por ano até 2050


Até 2050, as mortes provocadas pelas superbactérias (microrganismos resistentes à ação dos antibióticos) poderão passar das atuais 700.000 para 10 milhões ao ano no mundo caso nada seja feito em relação ao problema. Esse número é superior ao total de óbitos causados pelo câncer atualmente, que é de 8,2 milhões ao ano. Além disso, o custo global acarretado pela resistência a antibióticos poderá chegar a 100 trilhões de dólares (ou cerca de 250 trilhões de reais) até 2050. Hoje, o PIB global gira em torno de 70 e 75 trilhões de dólares.

A previsão faz parte de um estudo sobre resistência a antibióticos encomendado pelo governo britânico e coordenado pelo economista Jim O’Neil, ex-diretor do Goldman Sachs e criador da sigla Bric (Brasil, Rússia, Índia e China). As conclusões foram divulgadas nesta quinta-feira.

Segundo O’Neil, a curto prazo, as superbactérias representam uma ameaça mais concreta do que as mudanças climáticas. “Não podemos permitir que essas projeções sejam materializadas para nenhum de nós. Nossa ambição é tanta que vamos procurar por soluções ousadas, claras e práticas a longo prazo”, afirmou o economista.

Os autores do relatório acreditam o desenvolvimento de novos medicamentos deve estar entre as principais soluções para o avanço das superbactérias.




Afetados — Ainda de acordo com o relatório, nenhum país é considerado como sendo imune à propagação das superbactérias, mas algumas regiões tendem a sofrer maiores consequências. A África é apontada pelo documento como o continente que mais será afetado. Por exemplo, em 2050, uma em cada quatro mortes na Nigéria será causada pelas superbactérias. Já na China e na Índia, infecções resistentes poderão provocar 1 milhão e 2 milhões de mortes ao ano, respectivamente.

O estudo analisou dados relativos a três entre sete bactérias destacadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) pelo fato de causarem preocupação devido à resistência a antibióticos. São elas: K pneumoniae, E. coli e Staphylococcus aureus. Os pesquisadores também levaram em consideração informações sobre os casos de HIV, tuberculose e malária no mundo, já que a possibilidade de essas doenças se tornarem resistentes aos tratamentos é uma preocupação de saúde pública.

Superbactérias — Há poucos anos, as superbactérias estavam restritas a ambientes hospitalares, locais com circulação de pacientes com quadros agudos. Mas elas estão entrando nos ambientes cotidianos. Um estudo feito em conjunto pela Universidade da Califórnia (UCLA) e a Universidade Stony Brook, nos Estados Unidos, mostrou que, em muitas partes do mundo, a MRSA, bactéria que não responde a vários antibióticos, já é a causa mais comum de infecções de pele, e que esse aumento está relacionado à aparição do microrganismo no dia a dia das comunidades. 

Conheça as cinco principais superbactérias:



MRSA (Methicillin Resistant Staphylococcus aureus)

Encontrada na pele e responsável principalmente por infecções de pele, a bactéria Staphylococcus aureus foi a primeira a apresentar resistência à penicilina, nos anos 1950. Hoje, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano (CDC, sigla em inglês) estima três quartos da sua versão MRSA seja ultrarresistente e não responda a vários tipos de antibióticos.




Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC)

A Klebsiella pneumoniae está presente nos intestinos e pode causar pneumonia e infecção do trato urinário. Sua versão mais resistente a antibióticos, a KPC, causa sintomas como febre, prostração, tosse e dores no corpo. No Brasil, ela costuma causar surtos desde 2010, quando 18 pessoas morreram em Brasília e no Paraná. Em 2013, seis dos onze pacientes com KPC no Hospital Celso Pierro, em Campinas, morreram. Em março deste ano, pelo menos sete pessoas que passaram pela Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, na cidade de Americana, em São Paulo, foram infectados pela bactéria.




Escherichia coli

Assim como a Klebsiella pneumoniae, a Escherichia coli é comum nos intestinos humanos. É uma das maiores causadora de infecções urinárias e as primeiras evidências da sua resistência foram identificadas nos anos 1970. Estudos brasileiros mostram que até 25% das Escherichia são resistentes ao grupo de antibióticos chamado quinolonas, o principal remédio receitado para a doença.




Multi Drug Resistant Tuberculosis (MDR-TB)

Essa é a variável da Mycobacterium tuberculosis resistente a mais de um antibiótico. Relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgado em 20 de março estima que até o próximo ano, 2 milhões de pessoas podem ser infectadas por essa versão multirresistente. Existe ainda uma forma menos intratável que a MDR-TB: a Extensively Drug Resistant (XDR-TB), que responde a ainda menos antibióticos e já foi encontrada em 92 países – nos Estados Unidos foram encontrados 63 casos entre 1993 e 2011, de acordo com o Sistema Nacional de Vigilância de Tuberculose (NTSS, na sigla em inglês).



New Delhi Metallobetalactamase (NDM-1)

O NDM-1 é uma enzima que foi identificada nas bactérias Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli. Vinda da Índia, foi descoberta em 2009 e se espalhou para a Europa, Austrália, Estados Unidos e América Latina. No ano passado, cinco pacientes do Rio Grande do Sul foram infectados por essa versão, que torna as bactérias resistentes a vários antibióticos, inclusive a classe dos carbapenemas, que trata infecções causadas por micro-organismos resistentes.

Um comentário:

Luma Rosa disse...

Oi, Sônia!
Fico inquieta com essas descobertas e penso que o homem na sua sede de descoberta, acaba por desequilibrar todo um universo microscópico, que dirá o macro...
O momento é de repensar, rever conceitos e tomar conhecimento daquilo que realmente vale a pena!
Feliz 2015!
:)
Beijus,

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