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06/11/2011

CIÚME

Ciúme

O ciúme é uma emoção humana extremamente comum, senão universal, podendo ser difícil a distinção entre ciúme normal e patológico (Kast, 1991). Na verdade, pouco se sabe sobre experiências e comportamentos associados ao ciúme na população geral, mas em um estudo populacional, todos os entrevistados (100%) responderam positivamente a uma pergunta indicativa de ciúme, embora menos de 10% reconheceu que este sentimento acarretava problemas no relacionamento (Mullen, 1994).

O ciúme pode ser um conjunto de emoções desencadeadas por sentimentos de alguma ameaça à estabilidade ou qualidade de um relacionamento íntimo valorizado. As definições de ciúme são muitas, tendo em comum três elementos:
1) ser uma reação frente a uma ameaça percebida;
2) haver um rival real ou imaginário e;
3) a reação visa eliminar os riscos da perda do objeto amado.
Em psiquiatria o Ciúme Patológico aparece como sintoma de diversos quadros, desde nos Transtornos de Personalidade até em doenças francas. Enquanto o ciúme normal seria transitório, específico e baseado em fatos reais, o Ciúme Patológico aparece como uma preocupação infundada, absurda e emancipada do contexto. Enquanto no ciúme não-patológico o maior desejo é preservar o relacionamento, no Ciúme Patológico haveria o desejo inconsciente da ameaça de um rival (Kast, 1991).

Por ser uma emoção heterogêneas variando da normalidade à patologia, o ciúme oferece dificuldades em distinguí-lo como normal ou mórbido. Marazzini (2003) aplicou um questionário a 400 estudantes universitários de ambos os sexos e, igualmente, para 14 pacientes portadores de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), cuja principal obsessão era ciúme. Duzentos e quarenta e cinco, aproximadamente 61% dos questionários, foram devolvidos. As análises estatísticas revelaram que os pacientes com TOC tinham pontuações totais bem mais elevados do que as pessoas saudáveis.

No Ciúme Patológico várias emoções são experimentadas, tais como a ansiedade, depressão, raiva, vergonha, insegurança, humilhação, perplexidade, culpa, aumento do desejo sexual e desejo de vingança. Haveria, clara correlação entre auto-estima rebaixada, conseqüentemente a sensação de insegurança e, finalmente o ciúme. O portador de Ciúme Patológico é um vulcão emocional sempre prestes à erupção e apresenta um modo distorcido de vivenciar o amor, para ele um sentimento depreciativo e doentio.

Esses pacientes, com Ciúme Patológico, seriam extremamente sensíveis, vulneráveis e muito desconfiados, com auto-estima muito rebaixada e tendo como defesa um comportamento impulsivo, egoísta e agressivo. O potencial para atitudes violentas é destacado no Ciúme Patológico, despertando importante interesse na psiquiatria forense.

As estatísticas policiais sobre as vítimas do Ciúme Patológico normalmente estão distorcidas, tendo em vista o fato das mulheres raramente darem queixa das agressões que sofrem por esse motivo. O Ciúme Patológico pode até motivar homicídios e muitas dessas pessoas sequer chegam aos serviços médicos. Para Palermo (1997), a maioria dos homicídios seguidos de suicídio são crimes de paixão, ou seja, relacionados à idéias delirantes de Ciúme Patológico. São, geralmente, crimes cometidos por homens com algum problema psicoemocional, desde transtornos de personalidade, alcoolismo, drogas, depressão, obsessão, até a franca esquizofrenia.

A relação do Ciúme Patológico com Transtornos do Espectro Obsessivo-Compulsivo parece clara (Zacher, 2004 ). O Ciúme Patológico pode tornar a vida insuportável para todos envolvidos. A afinidade do Ciúme Patológico para com os Transtornos do Espectro Obsessivo-Compulsivo deu origem à idéia de que poderia responder ao tratamento com substâncias utilizadas também no tratamento de Transtornos Obsessivo-Compulsivo.
De fato, é grande o número de pacientes com Ciúme Patológico que respondem bem ao tratamento com antidepressivos inibidores seletivos da serotonina (ISRS). O tratamento com esses antidepressivos melhora a preocupação exagerada do ciúme e alivia a angústia do ciúme patológico do paciente. Com base nessas constatações, a fluoxetina - como também outros ISRSs - deve ser sempre considerada como uma possível estratégia eficaz para o tratamento farmacológico do Ciúme Patológico (Zacher, 2004 ).

O Ciúme Patológico pode coexistir com qualquer diagnóstico psiquiátrico. Entre pacientes psiquiátricos internados os delírios de ciúme foram encontrados em 1,1 % deles. As prevalências diagnósticas foram as seguintes: psicoses orgânicas em 7%, transtornos delirantes paranóides em 6,7%, psicoses alcoólicas em 5,6% e esquizofrenias em 2,5% (Soyka, 1995).

Em pacientes ambulatoriais o Ciúme Patológico relaciona-se em grande parte a quadros depressivos, ansiosos e obsessivos. A maciça maioria dos portadores de Ciúme Patológico, entretanto, não está dentro dos hospitais e nem nos ambulatórios (Shepherd, 1961).

A prevalência do Ciúme Patológico no Alcoolismo gira em torno de 34% (Michael, 1995). A evolução comum do Ciúme Patológico como sintoma do alcoolismo, pode ser, inicialmente, apenas durante a intoxicação alcoólica e, posteriormente, também nos períodos de sobriedade.

Na Esquizofrenia, a prevalência do Ciúme Patológico com características delirantes em pacientes internados costuma ser de apenas 1 a 2,5%. Seria bem mais freqüente em transtornos demenciais e em quadros depressivos do que na esquizofrenia (Soyka, 1995). No Transtorno Paranóide, os delírios de ciúme costumam aparecer em 16% deles (Shaji, 1991).

Fonte:

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Veja:
DELICIOSA BAHIA

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