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13/01/2012

PSICOSE E EPILEPSIA

surto psicótico
Os Transtornos Psicóticos associados à Epilepsia têm prevalência de 6% na população geral, podendo chegar a 60% nas Instituições Psiquiátricas, sendo mais freqüentes e de maior gravidade nas Crises Parciais Complexas. Dividem-se em dois grupos: Peri-Ictais e Interictais.

Os Transtornos Peri-Ictais estão cronologicamente vinculados à ocorrência das crises. Após a crise, há confusão mental, alucinações auditivas ou visuais, delírios, agitação psicomotora e sintomas depressivos ou ansiosos intensos. Os sintomas melhoram com o desaparecimento dos efeitos da crise. Quando há intervalo de 6 a 24 horas de lucidez, após a crise, seguido de sintomas psicóticos, estes são denominados de eventos Pós-Ictais.

A gravidade do quadro determinará a intervenção com antipsicóticos ou ansiolíticos. Os Transtornos Psicóticos Interictais iniciam-se anos após a idade de surgimento das crises e não têm vínculo cronológico com a deflagração delas. Clinicamente, caracteriza-se por delírios bem estruturados, de conteúdo paranóide, de referência ou místico, atividade alucinatória auditiva ou visual, neologismos, pensamento com associações frouxas e sintomas de desrealização e despersonalização. Tentativas de suicídios representam risco importante. 

Cabe lembrar que o paciente epiléptico, em geral, apresenta 4 vezes mais tentativas de suicídio do que a população geral. E, na Epilepsia de Lobo Temporal, estas tentativas chegam a 25 vezes mais do que nessa população. Na Depressão e na Psicose as tentativas de suicídio são mais freqüentes.
Fatores contribuintes para Transtornos Psicóticos são: antecedente psiquiátrico, idade de início e freqüência das crises epilépticas, presença de crises do tipo parcial complexo, convulsões com traumas cranianos, medicação antiepiléptica e EEG epileptiforme em Regiões Temporais bilaterais.
epilepsia

De modo geral, as drogas antiepilépticas provocam alterações das funções mentais - afetivas, cognitivas e do juízo da realidade. O Topiramato, introduzido no mercado há vários anos, tem sido considerada uma droga segura quanto a efeitos adversos do tipo psicótico. São poucos os relatos na literatura internacional sobre estes eventos com esta droga.
Entretanto, há o caso de um paciente, por nós acompanhado na UNICAMP, sem transtorno mental anterior, que sofreu importante surto psicótico do tipo esquizofreniforme, com esta medicação. Isto aponta para a necessidade de se estar alerta quanto ao surgimento de episódios psicóticos com o Topiramato em pacientes epilépticos, mesmo isentos de antecedentes psiquiátricos.
epilepsia


Florindo Stella
Instituto de Biociências, UNESP, Campus de Rio Claro, SP.
Ambulatório de Neuropsiquiatrìa, UNICAMP, Campinas, SP.

fonte:

Estude e cuide-se!

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